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Alimentação para Autistas

Atualizado: 7 de ago. de 2020

As crianças com TEA podem apresentar comportamentos restritivos, seletivos e ritualísticos que afetam diretamente seus hábitos alimentares resultando em desinteresse e recusa para alimentação.

Uma pesquisa realizada pela University of Massachusetts Medical School, definiu o grau de seletividade alimentar e comparou estes índices entre crianças com autismo e crianças com desenvolvimento típico de acordo com três domínios: recusa alimentar; repertório alimentar limitado e ingestão alimentar única de alta frequência.

A alimentação pode ser negativamente afetada pela sensibilidade sensorial a texturas, gostos, cheiros e temperaturas dos alimentos. especialmente em crianças com autismo.

Fato que pode ser comprovado em uma pesquisa onde pais de crianças com TEA relataram que 67% tinham seletividade alimentar, sendo a textura dos alimentos (69%) o fator de maior relevância nessa seletividade, seguido da aparência (58%), sabor (45%), cheiro (36%) e temperatura (22%). Mas, o maior problema identificado pelos pais, relativos a comportamentos alimentares e orais, foi a relutância em experimentar novos alimentos (69%) (Cermak, Curtin, Bandini, 2010).

Outros fatores podem estar associados como, atrasos das habilidades motoras orais resultando em aumento de esforço para mastigação; os padrões de comportamento restritos, repetitivos ou estereotipados, que levam a uma insistência na mesmice e recusa a flexibilidade; e ainda problemas gastrointestinais, que podem relacionar desconforto à alimentação ou intolerância ou alergia, que também podem interferir. Mas mesmo com essas dificuldades, que podem ser gradativamente superadas através de tratamentos possíveis com profissionais especializados, como terapeuta ocupacional (integração sensorial), fonoaudióloga, nutricionista, psicóloga, o estímulo da família em casa é fundamental.

As questões alimentares também podem estar ligadas a fatores comportamentais. Sendo assim, proporcionar um ambiente adequado, pode melhorar a qualidade da alimentação.

Por isso, alguns aspectos, podem auxiliar a aceitação dos alimentos pela criança:

· tenha uma rotina estruturada, principalmente para as refeições;

· crie os passos para preparar a criança para a hora da refeição, como ajudar a colocar a mesa, lavar as mãos — esse processo traz dicas do que vai acontecer e a criança começa a se preparar;

· evite lanches fora de hora ou livre demanda, para que a criança não perca o apetite na hora das refeições;

· procure realizar as refeições em família, assim a criança terá pessoas em quem se espelhar nos movimentos e na motivação para experimentar o que as outras pessoas estão comendo;

· não force, mas ofereça. Coloque alimentos variados à mesa, perto da criança, de maneira que ela possa ver e, caso se interesse, possa se servir;

· se a criança aceitar, coloque alimentos diferentes em seu prato, mesmo que ela não coma, para que se familiarize com cores, cheiros e texturas diferentes;

· incentive a independência durante a alimentação;

· traga o lúdico: brinquem de fazer comida de massinha e alimentar bonecas e bichos de pelúcia;

· permita que a criança escolha o prato e copo de sua preferência para a refeição, isso pode trazer maior interesse para se sentar à mesa;

· convide a criança a participar de atividades na cozinha, ajudar a lavar tomates, verduras, a fazer salada de frutas ou misturar o bolo, por exemplo;

· plantar temperos, e depois pedir que a criança pegue na horta;

· comemore cada alimento novo que ela aceitar e continue a oferecer;

· não utilize eletrônicos durante as refeições.

O mais importante nesse processo é a calma, paciência e muita criatividade. Não desistir de acompanhar e estar sempre oferecendo e apresentando novos alimentos.


Fonte: https://tismoo.us/saude/rotina/alimentacao-da-crianca-com-autismo-seletividade-alimentar/ por Fernanda Monteiro



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